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Passo então à análise concreta do poema. Conde D. Henrique, contribuiu para a fundação de Portugal, para a criação da nossa nacionalidade, foi o fundador do Condado Portucalense.
Apesar de o poema possuir este título, pouco está ele relacionado directamente com a personagem. O texto ultrapassa mesmo a figura de Conde D. Henrique através de afirmações altamente simbólicas.


Na 1ª estrofe, o herói (Conde D. Henrique) actua como agente de Deus, comandado por uma força que o transcende, uma força que o faz agir inconscientemente.
Dá-se portanto início a um percurso espiritual. O que este percurso pretende atingir, é a ideia de que mais importante do que a terra (matéria), é o espírito, os valores sobre os quais ele (herói) vai criar as suas raízes.
Podemos de certa forma, através deste conceito de herói inconsciente, fazer a seguinte questão de teor filosófico: até que ponto é que o Homem é autónomo?
Resumidamente, nesta 1ª estrofe o herói imóvel assiste ao desenrolar involuntário de alguma acção.

A espada, símbolo de guerra, de morte. Será esta a mensagem que Pessoa quererá fazer passar? Não, aqui a espada funciona paradoxalmente. Não é de guerra verdadeira que fala o poeta, é de guerra à ignorância. Poderá ainda ser interpretada como símbolo fálico, pela sua forma longa e comprida, simbolizando a fecundação dos campos, a criação de vida.
Ora, nesta 2ª estrofe o herói desce o olhar na espada e faz aquela interrogação retórica «Que farei eu com esta espada?»:
Pessoa conclui então o poema com a finalização do acto, a concretização de algo por parte do herói, o nascimento de Portugal.

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